A Feira das Manas iniciou com necessidade de um grupo de mulheres de venderem produtos produzidos por elas em Palmas. Atualmente, o projeto já conta com um grupo de quase duas dezenas de participantes e local fixo para a realização. Agora, a proposta é conseguir mais integrantes e expandir a promoção para outras cidades tocantinenses.
A idealizadora do projeto Feira das Manas, a carioca Renata Eckart Macena, 52 anos, professora/cake designer, conta que quando chegou em Palmas sentiu a necessidade de vender seus bolos e entrou num grupo de mulheres no whatsapp, intitulado “indique um mana”.
Renata Eckart Macena- Idealizadora da Feira das Manas
Conforme ela, foi a partir daí que as participantes se uniram e organizaram a primeira edição da feira e com o intuito de aumentarem suas vendas e protagonizarem a união de mulheres e, de forma organizada, passaram a ocupar espaços ociosos na Capital. Já com a autorização da administração municipal, reuniram cerca de 16 mulheres e no dia 18 de janeiro de 2019, realizaram a primeira feira em Palmas. Daí então não pararam mais, devido o sucesso circularam em vário lugares da cidade e receberam muitos convites para participar de eventos sociais e culturais.
Agora, todo terceiro sábado do mês, a partir das 17h, a Feira das Manas acontece no Parque dos Povos Indígenas, os demais sábados a feira circula em locais diferentes da Capital. No instagran @feiradamanas_pmw elas divulgam a agenda e locais aonde estarão. Neste primeiro ano de feira, foram mais 40 edições e muitas ações sociais em parceria com a Defensoria Pública.
Karem de Cássia – Toca do Paninho
Segundo Renata Macena, o objetivo do grupo é ter 100 mulheres que participem ativamente do projeto e sejam multiplicadoras da proposta. Também pretendem que a Feira das Manas se estenda a outras cidades do Tocantins. “Futuramente queremos ter um centro social, onde mulheres possam aprender com as manas um ofício, fazer um artesanato, um bolo. Alguém para ajudar em todos os aspectos, precisamos trabalhar juntas, sempre ajudando uma a outra”, ressaltou.
Júlia Alburquerque de Araújo(ativista Social) – Unidos Por Um Mundo Melhor. Declamou poesias sobre críticas sociais e participou com o bazar solidário na Feira das Manas.
Uma das integrantes do grupo, Maria Alice Oliveira Coelho, 57 anos, conta que quando participou pela primeira vez da feira estava no fundo do poço, depressiva, e o momento que recebeu o convite para expor seu trabalho, foi como uma benção de Deus. Hoje, sente-se realizada, e está trabalhando na confecção de mais almofadas, pois foi um sucesso suas vendas das almofadas na formato de uma rosa. “Vendi bem, mais não deixa de ser um lazer. Levantei minha autoestima”, afirmou.
Maria Alice Oliveira Coelho -Artdecor
A feira sempre esteve aliada à cultura, contando sempre com apresentações artísticas, baseadas na economia criativa, em que todas participantes usam seus talentos para crescerem como profissionais e como pessoas. O intuito é que não exista entre essa mulheres rivalidade e que cada uma levante a autoestima da outra mana.
Renata Macena, que mora há mais de um ano na capital do Tocantins, conta que o maior desafio foi mostrar para as mulheres de Palmas que elas podem ocupar seu espaço. No início sentiu as mulheres muito retraídas e uma resistência enorme, mesmo sendo talentosíssimas, por algum motivo tinham uma resistência em participar do projeto. No entanto através de muitas rodas de conversas motivacionais, elas acabaram compreendendo que trabalhando unidas podem sim, serem mais fortes e fazerem o movimento ganhar força, tendo como protagonista a mulher. “Todo o trabalho é voltado para levantar a autoestima da mulher, que deve ocupar o lugar que tem direito, na cultura, na política. Depois que uma corrente imensa e forte se une começa a ser respeitada pelos outros. As mulheres precisam perceber que têm uma força imensa. Porque, além de seu poder como mulheres, elas sãos mães de quem está no poder tomando as decisões”, destacou.
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