Por Fábia Lázaro
O presidente da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), Jairo Mariano, recebeu a equipe do portal TO em Foco, na sede da pasta, para traçar um balanço do primeiro semestre da gestão e apresentar ações a serem desenvolvidas. Responsável por acompanhar o andamento de 382 projetos, o presidente da Adetuc destacou que vem mantendo diálogo permanente com a classe artística e trabalhando para o fortalecimento da cultura tocantinense, conforme determinação do governador Mauro Carlesse.
Após visitar os 49 municípios que estão dentro do Mapa do Turismo Brasileiro, Jairo Mariano quer tornar estes atrativos oportunidades de negócios para os moradores das localidades, integrando também os “fazedores” de cultura. O presidente da Adetuc destacou ainda a preocupação com a crise causada pela pandemia, que impactou severamente os profissionais dos setores de turismo e cultura. Para fomentar esses segmentos, ele afirmou que novos editais devem ser lançados até o final deste ano.
Qual o balanço que o senhor faz dos primeiros seis meses à frente da Adetuc?
Tem sido um período de muitas atividades, a Adetuc é responsável, atualmente, por acompanhar mais de 380 projetos na área da Cultura. Estamos iniciando um processo de elaboração de novos projetos para serem implementados. Na área do Turismo, da mesma forma, nós temos viajado o Tocantins inteiro. O estado tem atrativos que estão sendo explorados e nós estamos abrindo novas oportunidades de negócios, como é o caso de uma região em que vamos lançar um novo roteiro em breve. No segmento do artesanato, nós temos estimulado a venda dos produtos através do mercado on-line, porque sabemos que a pandemia tem influenciado negativamente a vida do artesão. Temos dinamizado muitas as ações para poder, de fato, fazer com que, essas duas áreas tão importantes do nosso Estado sejam destaques. Esse é o empenho, tanto meu, como de toda nossa equipe da Adetuc, cumprindo uma determinação do nosso governador Mauro Carlesse.
Qual o maior desafio que o senhor tem enfrentado à frente da pasta?
O nosso principal desafio é atender o maior volume possível de pessoas porque é muito fácil lançar uma política pública e beneficiar um volume pequeno de pessoas. Nós queremos ampliar o leque ao máximo, a partir do momento que estivermos atendendo a maior quantidade possível, compreendemos que estamos fazendo a nossa parte.
Em relação à Cultura do Estado, quais os principais projetos?
Nós temos 382 projetos sendo executados na área de Cultura e estamos finalizando, através de uma orientação do governo federal, mais uma leva de projetos. Além disso, através do nosso Conselho Estadual de Políticas Culturais estão sendo elaborados novos editais para contemplar mais propostas. Também estamos finalizando neste momento um edital para mestres e griôs (contadores de histórias), que é uma área muito sensível, pois o governo estadual nunca teve uma atenção especial para esse segmento, fazendo um edital exclusivo para esse público. Também foram aprovados pelo Conselho a recuperação de sete estruturas do patrimônio histórico como é o caso da Casa da Cultura, em Paranã, o Casarão Ayres, em Porto Nacional, a Igreja Nossa Senhora dos Pretos, em Natividade, que são patrimônios tombados e estão deteriorados pela ação do tempo.
Devem sair novos editais ainda em 2021 para fomentar o setor artístico e cultural do Estado?
Nós temos um projeto de lei que está tramitando no Congresso Nacional batizado de Paulo Gustavo com previsão de R$ 4 bilhões do Fundo Nacional de Cultura, e que, se esse valor, de fato for aprovado, nós acreditamos que teremos condições de atender toda a classe artística e cultural do Tocantins. Mas, independentemente disso, estamos preparando editais com fundo próprio, para serem lançados, e, no momento apropriado serão submetidos ao Conselho de Políticas Culturais do Estado.
Sobre as sobras dos recursos da Lei Aldir Blanc?
Em relação às sobras dos recursos da Lei Aldir Blanc, nós não podemos mudar os nomes que foram estabelecidos por meio de edital e suplência. Agora, estávamos aguardando os municípios solicitarem a reversão, pois dentro do montante que temos, os municípios podiam solicitar a reversão para utilizar estes recursos. Então, estávamos aguardando chegar neste valor, para divulgar a lista dos projetos selecionados, levando em consideração o montante de recursos disponíveis na Adetuc.
O que o senhor tem observado nos municípios neste trabalho de Inventariação Turística?
O Tocantins é um estado fantástico para exploração turística e tenho visitado os 49 municípios tocantinenses que estão dentro do Mapa do Turismo Brasileiro e temos percebido boas oportunidades de fazer com que esses potenciais se tornem atrativos. Nós temos uma região consolidada do ponto de vista de visitação turística que é o Jalapão. A partir de agora, novas regiões no Tocantins começam a entrar também no roteiro do turismo brasileiro. E o nosso desafio é agregar ao turismo tocantinense, a Cultura e o Artesanato para que, os artistas, os “fazedores” de Cultura tenham a oportunidade de ganhar dinheiro com estas atividades. Outro nicho que podemos explorar bastante é o etnoturismo e já há interesse de empresas nessa formatação de roteiro. Temos nos esforçado para que esse projeto chegue onde são mais necessários, que são as comunidades mais carentes. Esta é uma determinação do governador Mauro Carlesse, para que essas atividades, de fato, virem negócios. Este é o nosso maior propósito e objetivo principal da minha vinda para a Adetuc.
Como está sendo o trabalho com as comunidades indígenas?
Nos reunimos recentemente com líderes indígenas da maioria das etnias do Estado, abrindo a oportunidade para que as comunidades indígenas possam apresentar suas demandas. Nós estamos, neste momento, recebendo estas solicitações. Confesso que nosso maior interesse, nosso maior foco com relação aos indígenas, é promover o etnoturismo porque dará oportunidade para eles ganharem dinheiro com isto e, consequentemente, estaremos fortalecendo um projeto nosso, que é o Turismo de Base Comunitária, porque, dessa forma, vamos inserir de fato as comunidades na economia gerada pela movimentação turística.
Desde que o senhor assumiu a pasta, temos observado uma ampliação de ações e projetos, o que ainda pretende desenvolver nos próximos meses?
No ponto de vista de satisfação pessoal, enquanto gestor público, a minha maior satisfação é fazer com que o resultado chegue na ponta, onde é mais necessário e, se conseguirmos, até o final da gestão, atingir este objetivo, eu terei cumprido minha missão e estarei atendendo quase cem por cento desta satisfação pessoal. Nossa função aqui é atender bem o trade turístico, os militantes e as pessoas que fazem a Cultura do nosso Estado.
Qual a previsão de novos projetos para 2022?
Nós acreditamos que ainda existem muitos projetos bons, que podem ser concretizados a partir dessas publicações de novos editais, ao nosso ver, relacionados ao Governo do Estado, e compreendemos que estamos atendendo os interesses da classe ligada à Cultura. Nós temos um diálogo permanente, as portas sempre estão abertas, tanto aos nossos conselheiros e a todas as pessoas que estão envolvidas com Cultura e Artesanato. Estamos semanalmente ouvindo e tentando dar vazão a essas demandas. Nós estamos bem seguros, estamos dando todas as oportunidades ao segmento no que diz respeito a uma boa relação com o Governo do Estado.
O senhor tem pretensões de concorrer às eleições de 2022?
Eu saí a pouco meses do cargo de prefeito da minha cidade, Pedro Afonso. Neste momento não estou pensando numa candidatura, porque estou muito concentrado em fazer o meu trabalho aqui na Adetuc. Mas, cabe realmente um novo olhar para isto, se a gente vai embarcar numa candidatura ou absorver os bons nomes que o Tocantins tem e ajudar a consolidar os projetos com maior qualidade de algum nosso parceiro. Porém, realmente, não decidi nada ainda.
Crédito Fotos: Flávio Cavalera
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