Com o tema: “Cuidar de mim, Cuidar de nós, Cuidar da Terra”, a 23ª edição do Movimento
Pela Vida (MPV), reunirá quase 100 atividades gratuitas entre os dias 28 e 30 de junho, no
distrito de Taquaruçu. Em destaque na programação a palestra realizada pela jornalista
Caroline Apple abordando o tema: Ayahuasca em Contexto Urbano – Os desafios e cuidados do
uso fora dos ambientes nativos.
Com quase 20 anos de experiência em coberturas jornalísticas Caroline Apple, que é
ayahuasqueira e também fardada no Santo Daime, se aprofundou na temática a partir da
reflexão acerca das próprias vivências ritualistas. “Logo que comecei a tomar ayahuasca eu fui
pra uma floresta participar de uma imersão bem intimista, onde só havia eu e mais 3 pessoas
não indígenas e isso foi mudando minha perspectiva. Eu sempre trabalhei com direitos
humanos, política, publicidade, mas chegou um ponto em que comecei a questionar o meu
caminho, sobre que eu estava a serviço nesta vida e percebi que meu trabalho estava a serviço
de outras coisas, que não estavam alinhadas ao meu propósito de vida, foi aí que fui buscar
essa conexão”, disse.
Caroline Apple foi uma das primeiras jornalistas do país a se especializar na cobertura de
temas relacionados à cannabis para fins medicinais e hoje utiliza suas redes sociais, nas quais
tem quase 30 mil seguidores, para falar de assuntos relacionados a Ayahuasca em Contexto
Urbano, psicodélicos e espiritualidade.
Para falar com propriedade do assunto a jornalista buscou o contato mais próximo com os
povos originários. “Decidi estudar muito sobre o tema, buscar especializações e
principalmente a vivência em imersões na floresta, pelo menos uma vez por ano. Também
busquei estar bem próximo aos indígenas, participando do acampamento Terra Livre, da
Marcha das Mulheres Indígenas, colaborar mesmo, fazendo essa parceria entre a cidade e a
floresta”, ressaltou.
Para a coordenadora do MPV, Tânia Cavalcante, o debate sobre o uso da ayahuasca é muito
pertinente, uma vez que o consumo ritualístico aumentou significativamente. “A ayahuasca é
um instrumento utilizado há muitos anos pelos indígenas amazônicos, na nossa fronteira com
o Peru, isso dentro da sua própria ritualística com um conhecimento ancestral, é muito
importante falarmos sobre o uso fora desse contexto e toda a responsabilidade que advém na
utilização dessa medicina sagrada. Toda medicina quem vem da floresta, toda medicina
sagrada, deve ser utilizada com muito respeito, porque tem um efeito maravilhoso, mas
quando utilizada sem o acompanhamento certo, ela pode causar um efeito completamente
reverso”, apontou.
No Brasil, o uso ritualístico da ayahuasca é regulamentado pela Resolução nº 1, de 25 de
janeiro de 2010, do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas – CONAD.
A programação completa do Movimento Pela Vida 2024 será disponibilizada no dia 3 de junho,
mas os interessados podem descobrir mais sobre o evento por meio do Instagram oficial da
ação no @movimento.pela.vida . Lembrando que neste ano, o MPV acontecerá entre os dias
28 e 30 de junho, no distrito de Taquaruçu.
Sobre a Palestrante
Caroline Apple é especializada na cobertura de temas relacionados aos Direitos Humanos, à
causa indígena, à política de drogas, à cannabis, aos psicodélicos, ao autoconhecimento e à
espiritualidade. Ela também foi colunista da revista Claudia.
É Jornalista independente que ama escrever, mas no meio de tudo isso se encantou pelo
desenvolvimento de pessoas. Conta com 18 anos de experiência como repórter e editora em
grandes veículos de comunicação.
Sobre o Movimento Pela Vida
Criado há 24 anos, o Movimento Pela Vida é um coletivo integrado por pessoas de formações e
interesses diversos, que atuam no sentido da celebração da vida em seus vários aspectos,
como a saúde física, mental e espiritual das pessoas; as relações sociais mais harmoniosas e
solidárias; o respeito à diversidade cultural e religiosa; na preservação ao meio ambiente; e,
nas iniciativas de inclusão social.
O MPV é uma frente voluntária de pessoas, entidades civis, empresas privadas e órgãos
públicos mobilizados em prol de uma sociedade mais justa e solidária dedicada ao bem comum
e ao desenvolvimento sustentável.
Em 22 edições, já foram realizadas cerca de 3.500 atividades (uma média de 170 atividades por
edição) e com um público estimado de 25 mil pessoas em atividades presencias. Em 2020
quando o movimento aconteceu online, participaram cerca de 14 mil expectadores.
Fonte: Fernanda Veloso
DEIXE O SEU COMENTÁRIO