O Arriégua – Festival de Videoclipes da Região Norte, encerrou sua segunda edição na última semana, premiando os videoclipes mais criativos, originais, acessíveis e diversos da região, com um evento presencial realizado na Sala Sinhozinho, no Cine Cultura. Com 53 videoclipes de todos os estados da Região Norte inscritos e concorrendo, o festival, realizado de forma gratuita, atraiu cineastas, produtores, músicos e artistas, e celebrou o potencial do Norte do Brasil, valorizando a cultura do cerrado e amazônica e as produções independentes.
Durante os dois dias, o público teve a oportunidade de assistir todos os videoclipes concorrentes na mostra e a exibição especial do documentário ‘Hoje Estamos Aqui: Breve História de um Sound System Amazônico’, dirigido por Darien Lamen. A obra, que conta a história de Milton Almeida do Nascimento, um pioneiro das aparelhagens sonoras na Amazônia, trouxe à tona a importância cultural da música para a identidade nortista.
Reforçando o compromisso com a acessibilidade e com o objetivo de ampliar a inclusão para pessoas com deficiência auditiva, o Arriégua contou com a presença de um intérprete de Libras e todas as sessões foram legendadas.
Para Philipe Ramos, co-criador e organizador do festival, o Arriégua transcende a ideia de competição, porque tem como principal objetivo a divulgação e celebração da produção audiovisual da música da região Norte.
“O festival é, acima de tudo, uma plataforma que celebra o talento nortista, dando visibilidade à criatividade local e incentivando a originalidade. Nosso objetivo é também promover a inclusão, criando espaços onde as diversas vozes da região possam ser ouvidas e reconhecidas”, afirmou.
Na cerimônia de encerramento, o evento premiou produtores e artistas em cinco diferentes categorias. Entre eles, o destaque de Melhor Videoclipe com Acessibilidade foi para ‘O Tempo’, de Youssef Carvalho, que abordou a inclusão inspirado na experiência pessoal do cantor, cujo filho é autista. O videoclipe é dirigido por Kaká Nogueira e tem produção da Vanguarda Audiovisual.
Assim como na primeira edição, o Arriégua contou com a participação do júri popular, permitindo que os artistas mobilizassem suas fanbases para divulgar seus trabalhos e incentivar a votação. A plataforma conferemusica.com.br foi utilizada para a escolha do público, que registrou um total de 4.135 votos.
Radmila Vieira, com o videoclipe ‘Santo é o Seu Nome’, foi a vencedora do prêmio de Melhor Videoclipe do Norte – Júri Popular, recebendo 413 votos. Natural de Porto Nacional (TO) e com raízes quilombolas do Quilombo Malhadinha, seu trabalho teve direção e produção musical de Shinayder Maia e roteiro assinado por Brenno Alves.
A diretora Adrianna Oliveira venceu na categoria de Melhor Videoclipe Dirigido por Mulher com o clipe ‘Sobrou Pra Você’, do cantor Aqno. Com mais de 10 anos de experiência em direção e edição de vídeos, ela é criadora audiovisual em Belém do Pará e já dirigiu e editou documentários e videoclipes de artistas como Luê, Liége, Gaby Amarantos, Sammliz e Velhos Cabanos.
Os prêmios de Melhor Videoclipe Tocantinense, escolhidos pelo júri técnico, foram entregues a três produções. O terceiro lugar foi para ‘Negritude’, de Malusa, com roteiro e direção de Piettro Lamonier. No segundo lugar, ficou Não Tem Ninguém Vivo aos Domingos, da banda palmense Sopru, dirigida por Ket Produções. E o primeiro lugar foi para ‘Derreter’, da Móia Cumbia, dirigido por Erika Mariano.
O vencedor da categoria Melhor Videoclipe da Região Norte, escolhido pelo júri técnico, foi Kurt Sutil com ‘Fases’. Natural de Tapauá, no Amazonas, e residente em Manaus, Kurt é rapper e também se destaca no audiovisual, sendo o responsável pelo roteiro, direção e edição de seus videoclipes. O trabalho tem Weslen Simplicio na direção de imagem, Gisele Luz e Carolina Silveira no styling, e Beatriz Araújo na maquiagem.
Em segundo lugar, o prêmio de Melhor Videoclipe do Norte foi para AQNO, multiartista tocantinense de Gurupi, com o videoclipe de ‘Sobrou Pra Você’. Com um estilo único que mistura brega, forró, reggae e tecnobrega, AQNO ganhou destaque com seu álbum O Retorno de Saturno e sua estética futurista.
Na mesma categoria, a banda Móia Cumbia ficou com o terceiro lugar com o videoclipe de ‘Derreter’. Formada em 2022, a banda mistura cumbia com guitarrada, carimbó, lambada e reggae, e rapidamente se destacou na cena musical de Taquaruçu e Palmas.
Segundo Cecília Santos, co-criadora e organizadora do festival, o Arriégua é uma oportunidade única para destacar o potencial criativo da Região Norte e fomentar seu fortalecimento, conexões e parcerias. “O festival busca não apenas dar visibilidade aos artistas da região, mas também criar um espaço de integração. Queremos que esses artistas se tornem protagonistas das suas próprias histórias, celebrando e reafirmando nossa identidade cultural e audiovisual”, afirmou.
Realizado com incentivo da Lei Paulo Gustavo e apoio da Fundação Cultural de Palmas, o festival contou com a curadoria de Filipe Porto, especialista em audiovisual e produção cultural, e Victoria Pesan, pesquisadora e crítica de cinema. O júri técnico foi composto por Elis Dantas (TO), diretora de cinema e produtora cultural; Camila Henriques (AM), jornalista e especialista em comunicação cultural e Gerson Júnior, curador e fundador do Festival Psica (PA).
Fonte: Cênicas Comunicação
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