Entidade alerta sobre perigo de que a resposta diminua em contexto de pressões socioeconômicas
GENEBRA — A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, neste sábado, que a pandemia do novo coronavírus será provavelmente “muito longa”. Seis meses depois de declarar a emergência internacional, o comitê de emergência da entidade disse que a pandemia “continua a constituir uma emergência de saúde pública de interesse internacional”.
A decisão foi anunciada em comunicado assinado pelo diretor da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após o comitê de emergência se reunir pela quarta vez, na sexta-feira. O comitê, formado por 18 membros e 12 assessores, ratificou por unanimidade, como era previsto, que o vírus continua representando uma urgência sanitária internacional.
O texto também alerta obre “o perigo de que a resposta diminua em um contexto de pressões socioeconômicas” e pede à OMS que apoie os países no desenvolvimento de tratamentos e vacinas e também defendeu que haja maior transparência “na forma como se transmite o vírus, após as potenciais mutações, a imunidade e como se proteger”. Está previsto que o comitê de emergência volte a se reunir em três meses.
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A OMS foi muito criticada por demorar em decretar o estado de urgência depois de o coronavírus ter sido registrado pela primeira vez na China. Os Estados Unidos, que acusaram a organização de ser um “fantoche” manipulado pela China, iniciou em julho sua retirada da organização.
A pandemia provocou a morte de pelo menos 680 mil pessoas no mundo e infectou mais de 17,6 milhões, segundo contagem feita pela AFP com base em fontes oficiais.
O Brasil chegou aos 92.789 óbitos e 2.675.676 contaminações pela Covid-19, com 221 novos óbitos e 9.378 novas infecções neste sábado, segundo o boletim das 13h do consórcio de veículos de imprensa, formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, que reúne informações das secretarias estaduais de Saúde. O Rio de Janeiro é um dos oito estados que apresentam tendência de alta de mortes.
Na sexta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmaceutica AstraZeneca assinaram um documento que dará base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança.
O Ministério da Saúde prevê um investimento de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população. Outros R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de Encomenda Tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina.
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