Mais de 600 professores indígenas e não indígenas que atuam diretamente nas unidades escolares indígenas das aldeias do Tocantins receberão aperfeiçoamento e especialização nos meses de agosto e setembro. Uma realização da Secretaria Estadual de Educação do Tocantins (Seduc), por meio da Gerência de Educação Indígena, o projeto inclui formação continuada em todas as regiões do Tocantins, divididas em cinco pólos – Gurupi, Tocantinópolis, São Félix do Araguaia, Pedro Afonso e Miracema, em atendimento aos povos Javaé, Karajá, Apinajé, Krahô e Krahô Kanela, Xerente e Karajá Xambioá.
As capacitações têm início na próxima segunda-feira, 22, com atividades até sexta-feira, 26, para os povos indígenas Javaé e Karaja Xambioá, localizados na região do pólo de Gurupi, e seguem ao longo do mês de setembro pelas demais regiões (veja agenda). Diretora de Políticas Educacionais da Seduc, Lucia Rosângela Flor, explica que os grupos de formação serão unidos conforme as especificidades e peculiaridades linguísticas e culturais. “Estamos felizes pela oportunidade de fazermos a formação para os professores, pois sabemos que o conhecimento é uma ferramenta que se pode adquirir individualmente, porém é compartilhando experiências e vivências que se oportunizam a ampliação de novos conhecimentos”, afirma.
A execução do projeto é da empresa J.C Comércio e, de acordo com a consultora Villany Ferreira Teixeira, o objetivo é de promover educação de excelência para os docentes indígenas e não indígenas do Tocantins. “Apoiamos as causas e a luta dos povos indígenas por políticas públicas adequadas e específicas e a educação é a base de todas as necessidades. As formações visam apoiar a prática pedagógica dos professores e oferecer a eles novos conhecimentos, por meio de prática mais reflexiva, qualificando a educação escolar na formação de cidadãos críticos, pensantes e atuantes”, relata.
A consultora complementa ainda que as formações não buscam modificar a realidade e vivência de cada cultura, crenças e comportamentos, mas sim assegurar os direitos desses povos indígenas e valorizar cada identidade. “As aulas são organizadas a partir das vivências de cada aldeia e seus alunos e professores, da realidade de cada local, valorizando a oralidade como fonte de conhecimento e fortalecimento da identidade cultural de cada etnia”, ressalta.
As aulas, palestras e rodas de conversas são baseadas nos quatro pilares básicos da educação indígena, sendo eles interculturalidade, o bilingüismo ou multilingüismo, a especificidade, a diferenciação e a participação comunitária, que consideram a diversidade cultural no processo de ensino e aprendizagem.
Agenda
De 22 a 26/08: Gurupi – Javaé e Karajá Xambioá
De 29/08 a 03/09: Tocantinópolis – Apinajé
De 04/09 a 09/09: São Félix do Araguaia – Karajá
De 12/09 a 16/09: Pedro Afonso – Krahô e Krahô Kanela.
De 18/09 a 23/09- Miracema do Tocantins- Xerente
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