Povo xerente busca apoio para desenvolver o Etnoturismo em terras indígenas

 Por Ester Dutra

 

Com o intuito de promover o etnoturismo, a construção do “Centro de Fortalecimento da Cultura do Povo Xerente” segue em ritmo intenso na aldeia indígena Īpê Moriá, localizada na região Suprawahã – cerca de 20km do município de Tocantínia.

A ideia do projeto partiu do presidente da União Indígena Xerente – UNIX e da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins- ARPIT, Srêwē Xerente, em parceria com o DGM Brasil – Mecanismo de apoio Dedicado a Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais, CAA/NM Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas e a Fundação Nacional do Índio – FUNAI.

A proposta do projeto se pauta no etnoturismo de forma sustentável, e que atenda a aspectos econômicos sem abrir mão do desenvolvimento social e ambiental.
Srêwē Xerente, acredita que o projeto pode trazer benefícios e visibilidade para a aldeia. “Irá mudar a história dos nossos parentes, valorizando e honrando o povo originário e sua identidade”, comemorou.

Já o cacique da Aldeia Suprawahã, Kmõmse Xerente, comentou sobre o desenvolvimento do projeto para a comunidade: “ Quando valorizamos nossa cultura indígena, temos consciência da sua tradição, por isso é tão importante desenvolver projetos que valorizem nosso povo”, afirmou.

Para a comunidade xerente a descoberta recente de arte rupestre na aldeia, agregará ainda mais o interesse para o turismo de experiência e contemplação.
Além de proporcionar a vivência em campo rupestre, a iniciativa visa a preservação do local e a divulgação da cultura Indígena. Para isso, o projeto conta também com o apoio e orientação da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa-ADETUC.

Na oportunidade, o presidente da ADETUC, Jairo Mariano, também destacou que o etnoturismo, que é a visitação turística em terras indígenas, é uma atividade que pode ajudar a gerar renda e a preservar a cultura das comunidades e suas terras indígenas de forma sustentável. “Essa atividade é um dos nossos principais potenciais, visto que, temos terras indígenas espalhadas de norte a sul do estado, e consequentemente, temos condições de normas legais que permitem o etnoturismo, sobretudo, com a possibilidade de levar renda a essas comunidades, como é o caso do estado de Roraima que já faz esse trabalho com os ianomâmis”, vislumbrou.

Ressaltando que, Srêwē Xerente explicou ainda que o centro de visitação irá impulsionar mudanças, transformações e fomentará a liberdade e autonomia do povo xerente. Além disso, servirá para celebrar grandes encontros, estratégias e acordos futuros. “Vamos receber e hospedar visitantes que terão oportunidades de conhecer doze aldeias das terras indígenas Xerente e Funil”, complementou.

Construção

O centro de visitação está sendo construído no formato tradicional, como de uma ferradura. Duas metades com três unidades de kri, que são as casas e no centro interligando a grande casa warã, arredondada. Com a construção do projeto, 70% dos recursos serão destinados a administração do centro e as doze aldeias, o restante vai para ações culturais, ambientais e sociais entre as mesmas.

Fotos: Christoph Diewald TI Xerente  e TI Funil

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