Presidente defende deixar apenas idosos e pessoas com doenças pré-existentes fora do convívio social
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que a orientação do governo federal será que a população adote o “isolamento vertical” a partir de agora, deixando apenas idosos e pessoas com doenças pré-existentes fora do convívio social. Segundo ele, não há outra alternativa, mas a decisão será sacramentada após uma conversa com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
– Conversei por alto com Mandetta hoje e vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa. A orientação vai ser o [isolamento] vertical daqui pra frente. Vou conversar com ele e tomar uma decisão. Não escreva que já decidi, não. Vou conversar com o Mandetta sobre essa orientação – declarou.
Em entrevista coletiva na frente do Palácio da Alvorada, Bolsonaro reiterou o que disse no pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, na véspera, e disse esperar que o Brasil volte à normalidade e “encare o vírus até como se fosse uma guerra, mas em situação de igualdade, em pé”.
– Se nós nós acovardamos, formos para o discurso fácil, todo mundo em casa, vai ser o caos, ninguém vai produzir mais nada, desemprego tá aí, vai acabar o que tem na geladeira – declarou o presidente.
Bolsonaro citou o exemplo das manifestações que ocorram no Chile para reforçar a necessidade de as pessoas voltarem a trabalhar. Segundo ele, se a crise se agravar a riscos de o país sair da normalidade democrática.
– O que precisa ser feito: botar esse povo para trabalhar, preservar os idosos, preservar aqueles que têm problemas de saúde, mais nada além disso. Caso contrário, o que aconteceu no Chile vai ser fichinha perto do que pode acontecer no Brasil. Todos nós pagaremos um preço que levará anos para ser pago, se é que Brasil não possa ainda sair da normalidade democrática que vocês tanto defendem. Ninguém sabe o que pode acontecer no Brasil. Da minha parte, eu me exponho porque o que eu quero levar para a população é uma mensagem de paz, tranquilidade, serenidade – afirmou.
O presidente voltou a criticar as medidas tomadas pelos governadores para conter a disseminação do novo coronavírus.
– O que estão fazendo no Brasil alguns poucos governadores e alguns poucos prefeitos é um crime. estão arrebentando com o Brasil, estão destruindo os empregos – complementou
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