Iniciativa tem como objetivo capacitar a juventude para a valorização de boas-práticas e a lida diária frente às mudanças climáticas
Entre os dias 23 e 26 de junho, jovens lideranças indicadas pelas organizações que compõem a Coalizão Vozes do Tocantins estiveram reunidos na Universidade Federal do Tocantins – UFT, câmpus de Arraias, para o 3º encontro do Curso de Formação de Jovens em Comunicação e Justiça Climática. Participam da formação jovens indígenas, quilombolas, agricultores familiares, acampados, ribeirinhos e estudantes universitários com o objetivo de valorizar boas-práticas e a lida diária frente às mudanças climáticas, buscando mitigar os impactos aos mais vulneráveis a essas mudanças.
Para a professora da UFT, Valdirene de Jesus, que acompanha os jovens desde o primeiro encontro, o desenvolvimento é perceptível. “Os meninos chegaram muito tímidos e tinham dificuldade de defender seu posicionamento em relação àquilo que gostam, aquilo que desejam nas suas lutas e no cotidiano. Eles não conseguiam ver o caminho que iam trilhar, o que era um projeto. Agora você observa eles discutindo, socializando entre eles e comentando o que estão desenvolvendo em suas comunidades”, comenta a educadora.
Para o estudante do curso indicado pela Escola Família Agrícola Bico do Papagaio Padre Josimo – EFABIP, Wesley Rodrigues de Souza, a experiência com clima e comunicação mudou suas perspectivas. “O que está me marcando mais é a cultura de cada espaço que a gente vai. O primeiro foi indígena, aí já mudou para os sem terra e agora para a universidade”, relata o estudante, se referindo aos módulos anteriores do curso, realizados na Terra Indígena Krahô e no acampamento do MST, respectivamente.
Já para Darleide Rosa, estudante da UFT e membro da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso – AKMT, desenvolver a comunicação tem se mostrado uma forma de colaborar com a comunidade em que está inserida. “O que mais me marcou foi falar mais, me abrir mais e trabalhar mais no coletivo para que as coisas aconteçam de forma coerente, trazendo o desenvolvimento e a preservação no contexto do curso para dentro da minha comunidade”, conta.
O curso terá seu último módulo no mês de agosto na Terra Indígena Apinajé, na Aldeia Prata, localizada no município de Tocantinópolis/TO. Para certificação, os alunos deverão executar um projeto relacionado à sociobiodiversidade em seus territórios com o recurso disponibilizado, além de prestar contas de todo o processo, exercitando essa competência para captar recursos e promover o desenvolvimento sustentável em suas comunidades.
Vozes do Tocantins
A Coalizão é composta pelas organizações: Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso – Arraias (AKMT), Associação Centro Cultural Kàjre (povo Krahô), Associação Pyka Mex (povo Apinajé), Colônia de Pescadores/as de Araguacema-TO (Copesca), Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços Assistência Técnica e Extensão Rural (Coopter), Escola Família Agrícola Bico do Papagaio Padre Josimo (EFA – Esperantina), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST – Tocantins), Associação Onça D´água de Apoio às Unidades de Conservação, Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins (UFT), curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental da Universidade Federal do Tocantins – Campus Arraias, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Núcleo de Estudos Rurais, Desigualdades e Sistemas Sociológicos (Neruds).
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