Campanha do INDTINS arrecada recursos para realizar evento contra o Marco Temporal em Palmas


O primeiro Acampamento Terra Livrre do Tocantins reunirá os 10 Povos Indígenas do estado na Capital.

A campanha “Tocantins Indígena Pela Vida” criada pelo Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) arrecada doações para realizar o primeiro Acampamento Terra Livre (ATL) do estado, o evento é um grande ato contra o Marco Temporal e reunirá os 10 Povos Indígenas do Tocantins na capital Palmas. Para realizar uma doação à campanha basta fazer uma transferência bancária para o pix comunicaindtins@gmail.com.
O Marco Temporal é uma tese de que as terras indígenas que podem ser demarcadas são apenas aquelas ocupadas no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. A tese deve ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que definirá se ela é legitima e constitucional ou não.
Lançada em maio, inicialmente a campanha visava custear a ida dos Povos Originários do estado até Brasília, no Movimento de Luta Pela Vida, uma manifestação nacional contra a tese do Marco Temporal. Mas o adiamento do julgamento da tese pelo STF fez com que a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), uma das organizadoras do ato, cancelasse o protesto e convocasse os Povos Indígenas a realizar ações em seus estados.
Pedagoga e Conselheira Fiscal do INDTINS, Kamutaja Ãwa explica a importância de organizar um ato regional contra o Marco Temporal “A mobilização dos povos indígenas do Estado do Tocantins em prol da vida, contra a tese do marco temporal é marcar território, é mostrar que sabemos do impacto negativo que pode causar nos nossos direitos que foram conquistados com o movimento indígena”.
Em todo o Brasil centenas de Povos Indígenas deixarão de ter seus territórios homologados caso o Marco Temporal seja aprovado, no Tocantins os Povos Kharô-Takaywrá, Kanela e Ãwa ainda estão lutando pela demarcação e correm o risco de nunca consegui-la caso a tese passe pelo STF.
Kamutaja Ãwa pertence ao Povo Ãwa, ela relata que seu Povo foi o mais morto e atacado no Tocantins e lamenta a existência de mais um impeditivo para que sua família exerça sua cultura e autonomia.
“Sei que com a tese do marco temporal meu povo Ãwa não retornará para a Terra Indígena Taego Ãwa e isso será mais uma violência do estado contra meu povo. Nós povos indígenas, nos sentimos violentados pelos Projetos de Leis que são tramitados contra nosso corpo, porque o território é o nosso corpo, é o nosso bem viver. Tirar de nós o direito ao território é tirar de nós o direito de viver”. Declara a ativista.
Para mobilizar doações e conscientizar sobre as consequências do Marco Temporal o Instituto realiza semanalmente postagens em suas redes sociais Instagram e Facebook, para acompanhá-las basta seguir as redes e compartilhar entre amigos/as ajuda a fortalecer a campanha de doações.

 

 

Fonte: Assessora de comunicação do Instituto Indígena do Tocantins

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