Projeto promove oficina sobre artesanato Xerente

Por Ester Dutra

 

A inciciativa busca assegurar a permanência da memória do povo, através de ações voltadas à preservação cultural

A aldeia Suprawahã, da etnia Xerente, localizada no município de Tocantínia, recebeu representantes da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), na sexta feira, 11 de junho, para apresentação do projeto 10Envolver Akwē Xerente, contemplado pela Lei Aldir Blanc, que teve como objeto revitalizar e fortalecer a cultura

Durante a oficina o cacique Kmõmse Xerente falou com entusiasmo sobre o Siknō-Côfo, que para ele é um objeto de valor: “Eu sou o cacique dessa aldeia e estou aqui no projeto, muito feliz por estar aprendendo o côfo, o siknō, porque para nós é um objetivo de valor cultural”.

A organizadora do projeto 10Envolver Akwē, a estudante de Engenharia Ambiental, Sikupti Xerente, conta com orgulho sobre a iniciativa de reviver a cultura de seus antepassados: “Estamos disponibilizando oficinas na região Suprawahã, com o objeto de revitalizar a cultura que está se perdendo do Siknō-Cõfo, que nossos antepassados faziam. Estou orgulhosa do resultado”.

“Daqui a algum tempo, nós jovens vamos estar tomando este espaço e precisamos aprender isso para repassar aos nossos filhos e netos. Temos que começar a aprender a arte de confeccionar o Cõfo, pois está se perdendo e o intuito é esse mesmo, trazer de volta e revitalizar a Cultura Xerente”, finalizou.

A cultura indígena está presente também na cultura do Tocantins e tem um importante papel para formação da identidade brasileira. A professora Valdeci Xerente conta que, por isso é importante que se aprenda a fazer o artesanato e é uma forma de preservar a cultura: “Todos podemos fazer e aprender. No começo é um pouco complicado aprender, mas é só seguir e fazer que logo se aprende a técnica. Não precisa ter pressa, é só ver direitinho o passo a passo que da certo, todo mundo pode aprender”.

O Siknō-Cõfo é um cesto que pode ter vários formatos, com ou sem alça, é feito com palha de palmeiras, usado para guardar frutas ou até mesmo como embalagem para transportá-las.

O projeto aconteceu de 9 a 11 de junho, onde foram confeccionados Siknō-Côfo, coordenados pelas oficineiras Edna Xerente e Valnice Xerente. Com direito a camisetas, copos e certificados para os alunos que concluíram o curso.
Representando a Adetuc, a gerente de Fomento e Promoção da Cultura, Núbia Dourado, enfatizou que as ações são voltadas para o desenvolvimento, divulgação e fortalecimento da cultura indígena.

 

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