Durante encerramento, neste domingo, dia 17, o governador Wanderlei Barbosa, acompanhado do Secretário Hercy Filho e outras autoridades, lançou selo comemorativo dos 35 anos do Tocantins.
Foram três dias de celebração da Festa da Colheita, no povoado Mumbuca, em Mateiros, com uma extensa programação que incluiu cavalgada, torneio de futebol, desfile e shows com artistas regionais, como Núbia Dourado, e até nacional, como a dupla gospel Daniel e Samuel, atração de encerramento.
Selo 35 Anos do Tocantins
Durante o encerramento da Festa da Colheita, o governador Wanderlei Barbosa fez o lançamento do selo dos 35 anos do Tocantins.
Ao convidar o público para participar da programação alusiva à data, que inclui feira de artesanato e shows nacionais, o governador confirmou a presença das duplas: Maiara e Maraísa, Anavitória, Lauana Prado, Evoney Fernandes, Rick e Renner e Flaguim Moral, artistas tocantinenses conhecidos em nível nacional.
Festividades da colheita
A Festa da Colheita é organizada pela Associação da Comunidade Mumbuca desde 2010. A presidente da associação, Railane Ribeiro da Silva, explica que começou como um culto de agradecimento pelo início da colheita e com o passar dos anos foi crescendo, acrescentando programações esportivas e culturais na festa. Ela reconhece que a festa da colheita tomou grandes proporções, com o apoio de muitos parceiros, como o Governo do Tocantins, através da Secretaria do Turismo (Setur). “Nunca tivemos uma estrutura como essa, com palco, gerador, artista nacional, só temos a agradecer aos parceiros”, sintetizou.
Este ano, um dos momentos mais festivos foi o desfile ocorrido na noite de sábado, dia 16. Crianças, homens e mulheres da comunidade desfilaram na passarela, sendo muito aplaudidos pela plateia de autoridades, visitantes e moradores do quilombo. As filhas de Dona Miúda, Dona Dotora e Dona Antônia também desfilaram com adereços feitos de Capim-Dourado.
A pequena Miss Tocantins Turismo Baby 2023, Alice Gabriely Fernandes Araújo, de 3 anos, quilombola de São Félix do Tocantins, chamou a atenção ao desfilar com seu vestido com detalhes em Capim-Dourado.
Desfile
O desfile mais esperado levou à passarela cinco modelos exclusivos de vestidos costurados com a ajuda das artesãs da comunidade Mumbuca e assinados pelo estilista tocantinense Luiz Fernando Carvalho.
Todos os modelos foram confeccionados com tecido em seda dourada, com muitos detalhes em Capim- Dourado e alguns com o toque da palha do buriti. Aliás, a viola de buriti, outra tradição do Mumbuca, dividiu a atenção do público com o reluzente capim dourado, estrela da noite.
“O desfile foi sensacional, além do que eu esperava, os cinco vestidos ficaram incríveis”, avaliou Railane.
Tradição e celebração
A Festa da Colheita é uma forma da comunidade Mumbuca manter viva a tradição cultural dos moradores mais antigos do povoado, marcada pela colheita do capim dourado e produção do artesanato em capim dourado com a seda do buriti. É considerada a maior festa cultural do Jalapão.
A colheita também representa um momento de celebração da memória de Dona Miúda, artesã ícone do Povoado Mumbuca, e principal referência do artesanato em Capim-Dourado, que faleceu em 2010, aos 82 anos. Dona Dotora, filha da dona Miúda, e atual líder da comunidade Mumbuca, revela que uma das preocupações de Dona Miúda sempre foi manter viva a tradição do capim dourado pelas novas gerações e o legado que ela construiu. “A festa da colheita é um momento de alegria imensa, porque a mamãe deixou uma fortaleza na sua geração e a cada dia a gente tem que fortalecer a nossa cultura”, destacou Dona Dotora.
Capim é riqueza
Dona Antônia, outra filha de Dona Miúda, fala como o capim dourado mudou a realidade dos moradores do quilombo. “O Capim-Dourado para nós é a coisa mais linda do mundo, nós não tinha casa pra morar, nós não conhecia carro bonito, não conhecia nada, através do capim dourado, Deus em primeiro lugar e em segundo lugar esse Capim-Dourado que nós conhece gente bonita, conhece carro bonito, conhece as coisas boas”, agradece Dona Antônia erguendo para o alto um feixe de Capim-Dourado. “Minha mãe deixou uma história de riqueza para o Tocantins, para o Jalapão e para o Mumbuca”, completa a artesã.
A colheita
Além de manter a tradição, as mulheres mais antigas da comunidade ensinam como manter o legado do capim dourado. E para que isso seja possível é preciso colher o capim no tempo certo. Dona Santinha, sobrinha de Dona Miúda, mas que foi criada por ela e a considera mãe, lamenta que alguns façam a colheita fora do período porque o capim não está pronto para ser colhido. “Além do artesanato ficar feio não se aproveita a semente para que nasça um novo capim no ano seguinte”, explica. Ela agradece o apoio do Naturatins para que o capim seja preservado.
O secretário Hercy Filho destacou que a festa da colheita se consolida, devendo ser incluída no calendário turístico do Estado e se tornar uma opção para os turistas do Brasil e do mundo.
“Nós queremos que este produto, que é o Capim-Dourado, que esta simbologia da sua colheita, seja vista pelo Brasil e pelo mundo”, destacou o Secretário do Turismo, enfatizando a importância dada à celebração pelo Governo do Estado. “O Governador autorizou e pela primeira vez houve uma Festa da Colheita a altura do povo do Mumbuca e de Mateiros”, ressaltou Hercy Filho.
Fonte: Ascom Setur
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