O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) realizou, neste domingo e segunda-feira, 1 e 2, na região do Jalapão, uma visita técnica aos campos de coleta de capim-dourado Brejo Antônio, Podoião e Rio do Meio. A ação foi realizada pelas equipes da Gerência de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico, da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão e do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).
A intenção, segundo a gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins, Vanessa Braz, foi avaliar se as práticas de coleta e manejo sustentável do capim-dourado estão sendo executadas pelos extrativistas/artesãos.
Durante as visitas, a equipe constatou que a coleta e o manejo do capim-dourado estão sendo realizados de forma inadequada. Observou-se muitas rosetas/sapatas retiradas do solo, indicando que as hastes foram coletadas ainda verdes. Também foram encontradas inúmeras “cabecinhas” espalhadas em locais distantes das veredas.
“A retirada das rosetas implica na morte da planta. Além disso, não dispersar as “cabecinhas” nas veredas, impedirá a germinação de novas espécimes”. Portanto, essa prática inadequada afeta a perpetuação e a preservação dessa espécie tão importante para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades”, alertou Braz.
A gerente destacou, ainda, que a ocorrência dessas ações, deixa o órgão ambiental em alerta, porque o manejo inadequado contribui para a diminuição da ocorrência do capim-dourado no Tocantins.
Morador da Comunidade Quilombola Mumbuca, o artesão/extrativista Natanael Alves da Silva, realiza há 24 anos a coleta do capim-dourado no Jalapão. Presente em um dos campos visitados, ele explicou a forma adequada do manejo sustentável do capim-dourado. “O jeito correto de colher é puxar o capim-dourado segurando em sua haste próximo da cabecinha, para evitar que a sapata seja extraída do solo. Além disso, é importante que após a retirada da planta essas cabecinhas, estruturas que contém as sementes, sejam dispersadas no campo de coleta, para garantir a preservação da espécie”, detalhou.
Oficinas
Durante seis meses foram realizadas pela equipe da Gerência de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins, oficinas de orientações em dez municípios, envolvendo comunidades indígenas, quilombolas e população ligada à cadeia produtiva do capim-dourado e do buriti. Foram mais de 300 pessoas informadas e orientadas diretamente sobre a prática sustentável desses recursos naturais.
Fonte: Ascom/Naturatins
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